Cada vez mais comum no mundo moderno, o home office (trabalho em casa) vem ganhando adeptos também no Brasil. Eliane Alves Bezerra, 36, por exemplo, mora em São Paulo e trabalha em casa há oito anos, atuando com mala direta na entrega de folhetos de propaganda. Mãe de quatro meninos e uma menina, a empresária divide seu tempo entre o trabalho em casa e atenção a seus filhos. “Não é muito fácil, mas eles colaboram muito comigo. O mais velho já tem 16 anos e a mais nova, cinco anos, formamos uma equipe”, diz.

Ao conciliar o home office (trabalho em casa) e a gerência da família Eliane considera como desafio entregar o trabalho correto no prazo certo. “O serviço nunca tem hora para chegar, mas tem hora certa para sair, então é preciso ser rápida e precisa em tudo, organizar o tempo é a base”, aponta.
Dados do censo 2010, realizado pelo IBGE, revela que mais 30 milhões de brasileiros utilizam o domicílio como local de trabalho. Esta modalidade tem sido uma das alternativas mais utilizadas para o profissional que busca flexibilidade na hora de executar tarefas, mais tempo com a família e redução do estresse.

“Se o profissional que adotar o home Office respeitar o tripé responsabilidade, profissionalismo e organização, ele terá muitas vantagens, como melhoria em sua saúde física e psíquica; redução de cobranças diretas; afastamento de ambientes competitivos e aumento do tempo disponível para a família e lazer”, comenta a instrutora de Recursos Humanos, Priscila Lucas da Cunha.
Apesar da praticidade que o home office oferece, alguns cuidados devem ser tomados na hora de optar pela atividade. “Nessa modalidade de trabalho desculpas como meu computador pifou, minha impressora está sem tinta, minha internet caiu, são pouco tolerados e não transmitem confiabilidade. O profissional também deve ter consciência que os custos relacionados à internet, ligações telefônicas, energia elétrica e reparos por desgaste de equipamentos podem aumentar”, analisa a instrutora. Portanto, ao finalizar o contrato de trabalho é importante negociar estes pontos com o empregador.
Manter o mesmo comportamento do ambiente corporativo é a chave para o cumprimento da atividade. “O paradigma não está no trabalho que agora é executado dentro de casa, mas em sua casa que agora é seu escritório, ou seja, o local deve ser mais Office do que Home, incluindo sua vestimenta. Pijamas estão fora de cogitação. Imagine se inesperadamente você é contatado para participar de uma reunião online? A etiqueta não pode ser deixada de lado”, alerta a especialista.

Priscila diz que as vantagens do home office estendem também ao empregador. Torna-se um aliado nesse processo à medida que reduz consideravelmente o estresse causado pelos longos congestionamentos nas grandes cidades, substituindo esse tempo por horas de descanso e lazer. “Outras vantagens diretas para o empregador incluem a redução dos gastos com transporte, consumo de energia e infraestrutura, além do aumento de espaço físico”, relata Priscila.

Como se candidatar para vagas de home office?

Atenção também quando optar entre oportunidade de emprego e oportunidade de trabalho. “A primeira está vinculada à contratação através da CLT e, portanto estabelece vínculo empregatício e subordinação jurídica de acordo com a lei Lei 12.551/11”, explica Priscila. Quem escolher pelo trabalho em casa sem perder direitos trabalhistas encontrará “oportunidades ofertadas pelo mercado através das listas de emprego eletrônicas, nas próprias redes sociais, nos jornais de grande circulação ou se inscrever na Sociedade Brasileira de Teletrabalho e Teleatividades”, orienta a instrutora.
Caso a preferência seja oportunidade de trabalho, a instrutora de Rh destaca que as oportunidades são infinitas e que depende da capacidade de cada um para empreender. “Isso significa que o profissional deverá transformar sua visão de mercado em oportunidades mediante a criação de soluções organizacionais e apresentá-las para futuros compradores”, conclui.