Neste artigo:
- Conceito
-Ansiedade Antecipatória
- Principais sintomas da Síndrome do Pânico
- Incidência Síndrome do Pânico
- Diferença entre Fobia e Síndrome do Pânico
- Complicações da Síndrome do Pânico
-Gravidade dos ataques da Síndrome do Pânico
- Tratamento da Síndrome do Pânico
- Vídeo
Conceito
O Transtorno do Pânico é reconhecido pela Organização Mundial de Saúde (OMS) constando da Classificação Internacional de Doenças (CID 10), na classe dos Transtornos Mentais. E aparece no DSM IV-R (Diagnostic and Statistical of Mental Disorders, 4rd Edition Revised) da Associação Americana de Psiquiatria.
O Pânico faz parte dos denominados transtornos de ansiedade juntamente com as fobias (fobia simples e fobia social), o estresse pós-traumático, o transtorno obsessivo-compulsivo e o transtorno de ansiedade generalizada. Há uma classificação da Síndrome do Pânico com agorafobia e sem agorafobia( Medo de estar em lugares ou situações nas quais seja difícil sair, ou não haja ajuda disponível).
Segundo Talbott et al (1992, p. 156-158), “síndrome do pânico é caracterizada por períodos de ataques que podem surgir em qualquer momento do seu dia-a-dia, onde apresentarão e experimentarão o início súbito de medo, terror, apreensão e uma sensação de morte iminente”. Podendo também aparecer de forma lenta e insidiosa, com sentimentos genéricos de tensão e desconforto nervoso, ou pode surgir de forma brusca anunciada pela erupção abrupta de ataques de ansiedade aguda (KAPLAN, 1984).
O transtorno do pânico (TP) é caracterizado pelo distúrbio dos neurotransmissores serotonina e noradrenalina. Trata-se da presença de ataques súbitos de ansiedade, de intensa apreensão e medo,acompanhados de sintomas físicos e afetivos frequentemente associados com sentimentos de perigo de destruição iminentem e vem acompanhado de ansiedade antecipatória, ou seja, o medo de ter um novo ataque, e evitação fóbica (evitação de locais ou situações nas quais já ocorreu um ataque de pânico).
Ansiedade Antecipatória
Segundo Scarpato (2007), uma das características da SP é a pessoa viver com muita ansiedade, na expectativa constante de ter uma nova crise. Este processo, denominado ansiedade antecipatória, leva muitas pessoas a evitarem certas situações e a restringirem suas vidas a um mínimo de atividades, passando a viver reclusas em seu ambiente. Podem ocorrer reações fóbicas secundárias, que geralmente estão relacionadas às situações nas quais a pessoa teve as primeiras crises (no elevador, dirigindo, passando por um determinado lugar, etc).
A partir daí, a pessoa passa a associar essas situações às crises. Com o tempo, os sintomas do Pânico tendem a ocorrer em outras situações também, mas é muito comum a pessoa continuar a temer situações específicas, que acentuariam o estado de ansiedade, desencadeando novas crises.
Principais sintomas da Síndrome do Pânico
-falta de ar
-vertigem
-palpitações(taquicardia)
-tremor nos braços e/ou nas pernas
-sudorese
-sufocamento
-náusea ou desconforto abdominal
-despersonalização
-anestesia ou formigamento
-ondas de calor ou calafrios
-dor ou desconforto no peito
-medo de morrer
-medo de enlouquecer
A ocorrência simultânea de quatro sintomas, dentre os acima discriminados, é suficiente para demonstrar a existência da doença. É importante ressaltar,que os ataques são recorrentes, podendo acontecer várias vezes por semana ou até diariamente, podendo ou não serem acompanhados de agorafobia.
Incidência Síndrome do Pânico
É um grave problema de saúde pública que tem um curso crônico.A incidência desta síndrome, de acordo com Griesi (2006), acomete 3% a 4% da população mundial, na maioria jovem, na faixa etária entre 21 a 40 anos, sendo observado um grau de incidência de três mulheres para cada homem. Há também casos incomuns, um pequeno número de casos pode ter início na infância ou após os 45 anos.
Diferença entre Fobia e Síndrome do Pânico
Fobia - Medo exagerado e desproporcional ao estímulo, não conseguindo avaliar a realidade da situação. Surgem pensamentos catastróficos e a pessoa sabe que o medo é exagerado, mas não consegue evitar a ansiedade, sendo que quando elimina o estímulo aterrorizante desaparecem os sintomas.
Transtorno do pânico - Não existe estímulo externo, sendo que surgem ataques de pânico independente do lugar e da hora. É um distúrbio de ansiedade, no qual fundamenta-se em base orgânica e psicológica. Freud descreveu a Síndrome do Pânico como Neurose de Angústia em 1894, que apresenta traços de muita tensão e atividade mental associado aos sintomas somáticos como tremores, taquicardia, hiper-ventilação e vertigens... Angústia é uma forma de esperar o perigo ou preparar-se para ele, ainda que possa ser desconhecido.
No pânico a angústia invade o sujeito, como uma onda sob a qual ele submerge. Isso, pelo fator surpresa que se atrela a essa patologia (Rocha, 2000).
Complicações da Síndrome do Pânico
Com a repetição das crises podem surgir algumas complicações tais como: hipocondria; fobias associadas direta ou indiretamente com as situações nas quais teve a crise; ansiedade basal; ansiedade de antecipação; agorafobia; auto depreciação e desmoralização; depressão; alcoolismo e/ ou abuso de drogas.
Gravidade dos ataques da Síndrome do Pânico
LEVE: Durante o último mês, ou todos, ou não houve mais do que um ataque de pânico.
MODERADO: Durante o último mês os ataques foram intermediários entre ataques leves e graves.
GRAVE: Durante o último mês houveram pelo menos oito ataques de pânico.
Um ataque de pânico tem a duração de 5 a 20 minutos; quando alguém tem ataques repetidos, ou sente ansiedade severa sobre ter outros ataques é chamado portador de transtorno do pânico. Ocorre assim, preocupação acerca das conseqüências do ataque ou uma alteração do comportamento por causa do ataque. Devem ocorrer vários ataques no período de um mês, em média três ataques; Um ataque isolado, porém, não caracteriza a crise, a ocorrência de apenas um ataque pode estar associada a outros transtornos mentais, como em fobias específicas, fobia social, transtorno de estresse pós-traumático, como também pode ocorrer com o uso de drogas ou abstinência delas (ALMEIDA, 2006).
Tratamento da Síndrome do Pânico
O tratamento holístico apropriado do transtorno do pânico (pode incluir tanto a medicina tradicional, a psicologia e outras técnicas complementares) podendo com isso prevenir os ataques ou pelo menos reduzir substancialmente sua severidade e freqüência, trazendo alívio significativo em 70% a 90% das pessoas (GRIESI, 2006).
Devido aos comprometimentos que o transtorno do pânico trás a seus portadores é muito importante que seja instituida uma conduta terapêutica adequada.
No processo psicoterápico a pessoa precisa trabalhar as complicações da doença para que sinta mais segurança e equilíbrio no dia a dia.
No processo psicoterápico a pessoa precisa trabalhar as complicações da doença para que sinta mais segurança e equilíbrio no dia a dia.
Referências
Associação Nacional de Síndrome do PânicoV Congresso Brasileiro de Psicopatologia Fundamental, 15-17 de setembro de 2000
GRIESI, Mônica. A síndrome do pânico. 2006.
Revista Brasileira de Psiquiatria
SCARPATO, ASíndrome do pânico: um tratamento eficaz
Vídeo